Seu filho pode ter apenas três meses de idade, mas, enquanto você lê uma história ou conversa com ele, bilhões de neurônios estão recebendo essas novas informações e preparando o terreno para tudo o que ele ainda vai aprender –nos próximos anos e durante o resto da vida.
"O bebê não nasce pronto, então precisa do contato com o ambiente para lapidar o cérebro e se tornar inteligente, principalmente nessa fase inicial, quando se forma toda a estrutura neurológica", afirma a neuropsicóloga e psicopedagoga Adriana Fóz, coordenadora do Projeto Cuca Legal, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Até por volta dos três anos, a criança passa por um período crítico e decisivo de formação das habilidades, em que ela tem um potencial de desenvolvimento maior. É o que os especialistas chamam de janela de oportunidade. "Há momentos em que serão ativados determinados circuitos neuronais, e o circuito que não for ativado não vai funcionar plenamente depois", fala o neuropediatra Rubens Wajnsztejn, secretário-geral da SBNI (Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil).
De modo geral, todas as crianças vão aprender a andar, falar e a se relacionar, cada uma ao seu tempo, mas o processo será mais rápido e eficiente se houver contato com os estímulos corretos.
Com um ano, seu filho não está preparado ainda para ler e escrever, mas já pode e deve receber informações preciosas que vão ajudá-lo, mais tarde, na aquisição da linguagem. Isso porque a capacidade de absorver e entender determinadas informações vai mudando ao longo da vida.
"Tudo o que é novidade é um estímulo. Fazer cócegas no pé, deixar o bebê pisar na terra e na areia, oferecer diferentes sons, todas essas coisas ajudam na organização do cérebro", afirma o pediatra Luiz Guilherme Florence, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
É importante saber a hora certa de apresentar cada novidade para a criança, sem deixar de respeitar o ritmo e o limite de cada faixa etária. "Para que ela dê conta de decodificar as novas informações, a estimulação deve ser suave. Não adianta hiperestimular indiscriminadamente, é preciso oferecer estímulos com um objetivo, um foco", declara Rubens Wajnsztejn. Ou seja, tudo com equilíbrio e tranquilidade.
O afeto também é importante e representa um dos maiores estímulos que os pais podem dar. "O desenvolvimento emocional afeta o desenvolvimento cognitivo, e ambos são bem maleáveis durante os primeiros anos de vida", diz Adriana Fóz. Amor, carinho e atenção são a chave para seu filho crescer bem e aproveitar o máximo de cada fase de aprendizado.
FONTE: Mulher.uol.com.br
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