quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Afeto e estímulos no dia a dia fazem bebê se desenvolver melhor


Seu filho pode ter apenas três meses de idade, mas, enquanto você lê uma história ou conversa com ele, bilhões de neurônios estão recebendo essas novas informações e preparando o terreno para tudo o que ele ainda vai aprender –nos próximos anos e durante o resto da vida.

"O bebê não nasce pronto, então precisa do contato com o ambiente para lapidar o cérebro e se tornar inteligente, principalmente nessa fase inicial, quando se forma toda a estrutura neurológica", afirma a neuropsicóloga e psicopedagoga Adriana Fóz, coordenadora do Projeto Cuca Legal, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Até por volta dos três anos, a criança passa por um período crítico e decisivo de formação das habilidades, em que ela tem um potencial de desenvolvimento maior. É o que os especialistas chamam de janela de oportunidade. "Há momentos em que serão ativados determinados circuitos neuronais, e o circuito que não for ativado não vai funcionar plenamente depois", fala o neuropediatra Rubens Wajnsztejn, secretário-geral da SBNI (Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil).

De modo geral, todas as crianças vão aprender a andar, falar e a se relacionar, cada uma ao seu tempo, mas o processo será mais rápido e eficiente se houver contato com os estímulos corretos.

Com um ano, seu filho não está preparado ainda para ler e escrever, mas já pode e deve receber informações preciosas que vão ajudá-lo, mais tarde, na aquisição da linguagem. Isso porque a capacidade de absorver e entender determinadas informações vai mudando ao longo da vida.

"Tudo o que é novidade é um estímulo. Fazer cócegas no pé, deixar o bebê pisar na terra e na areia, oferecer diferentes sons, todas essas coisas ajudam na organização do cérebro", afirma o pediatra Luiz Guilherme Florence, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. 

É importante saber a hora certa de apresentar cada novidade para a criança, sem deixar de respeitar o ritmo e o limite de cada faixa etária. "Para que ela dê conta de decodificar as novas informações, a estimulação deve ser suave. Não adianta hiperestimular indiscriminadamente, é preciso oferecer estímulos com um objetivo, um foco", declara Rubens Wajnsztejn. Ou seja, tudo com equilíbrio e tranquilidade.

O afeto também é importante e representa um dos maiores estímulos que os pais podem dar. "O desenvolvimento emocional afeta o desenvolvimento cognitivo, e ambos são bem maleáveis durante os primeiros anos de vida", diz Adriana Fóz. Amor, carinho e atenção são a chave para seu filho crescer bem e aproveitar o máximo de cada fase de aprendizado.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Consumo de fast food pode comprometer o aprendizado infantil, defende estudo

Pesquisa afirma que a falta de nutrientes adequados, como o ferro e outras vitaminas, pode ter relação com a dificuldade em disciplinas como matemática e ciências


A relação entre fast food e obesidade infantil não é nenhuma novidade. Um estudo da Universidade de Ohio revelou, porém, que os prejuízos desses alimentos não atingem apenas o físico e a saúde nutritiva das crianças. De acordo com a pesquisa, quanto maior o consumo de fast food, menor o desenvolvimento educacional e pedagógico dos pequenos.
A análise levou em conta crianças matriculadas entre a 5ª e 8ª série do Ensino Fundamental, quando são lecionadas disciplinas como matemática, ciências e redação, nos Estados Unidos. Elas tiveram que responder questões sobre a frequência com quem se alimentaram de fast food semanalmente, independentemente de estarem em “semana de prova” ou não.
Ao cruzar essas informações com o histórico escolar dos entrevistados, os pesquisadores descobriram que os que comeram algum tipo de fast food pelo menos uma vez ao dia tiveram um baixo desempenho nas disciplinas em questão. Essa deficiência foi detectada com maior intensidade em matemática.
“Essas descobertas mostram que o consumo de fast food tem relação com baixo desenvolvimento educacional e, consequentemente, com a obesidade infantil. O problema não está, porém, nas famílias que ocasionalmente consomem esses alimentos, ao contrário daquelas que transformam isso em rotina”, pondera Kelly M. Purtell, autora da pesquisa.
Segundo ela, a explicação está na carga de nutrientes desses alimentos. Os fast food não possuem todas as vitaminas e minerais necessários para o aprendizado efetivo das crianças. Além disso, eles são ricos em gordura e açúcar, o que também compromete o desenvolvimento intelectual na infância. Outros fatores podem contribuir para esse quadro, como a educação dos pais, renda familiar, insegurança alimentar e o hábito de assistir à televisão durante as refeições.
De acordo com os pesquisadores, um caminho é tornar o fast food menos acessível para as crianças. Taxas específicas, por exemplo, tornariam esse tipo de alimento mais caro e, por isso, menos atrativo para as famílias. Outro ponto seria transformar o ato de cozinhar em algo mais prazeroso e atraente para adultos e crianças, que culminaria na redução do consumo de fast food.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Seus filhos também podem ter depressão


Ele não quer mais ir à escola? Não consegue dormir ou dorme o dia inteiro? Conheça os sinais da doença que pode se manifestar em crianças e adolescentes



Já ouviu falar em criança deprimida? Os casos são raros, mas acontecem. Estima-se que durante a infância 2% dos pequenos sofram com a doença. Na adolescência, o número sobe para 8%. Sheila Cavalcante Caetano, professora do departamento de psiquiatria da Unifesp, explica que a depressão se manifesta de maneiras diferentes em cada fase da vida. Quanto mais novo o paciente, mais difícil é perceber os sintomas. "Antes dos 9 anos, não se tem maturidade para nomear sentimentos como tristeza e angústia", exemplifica. Veja ao lado os sinais da depressão em crianças e adolescentes.

A criança...
  • Perde o interesse pelas brincadeiras e passa boa parte do tempo quietinha, amuada.
  • Chora por qualquer motivo.
  • Tem pesadelos e dificuldade para dormir.
  • Não sente vontade de ir para a escola e quer ficar o tempo todo em casa, onde se sente protegida.
O adolescente...
  • Reclama de muitos tipos de dor: de cabeça, de estômago, nas articulações...
  • Tem atitudes impulsivas. Pode cogitar o suicídio e passar a usar drogas.
  • Passa a se desinteressar pelos estudos, o que prejudica bastante o rendimento escolar.
  • Dorme muito durante o dia, mas costuma passar a noite em claro.
  • Fica irritado e discute por qualquer coisa.
  • Fica entediado com facilidade e deixa de praticar esportes ou sair com os amigos.
Como ajudar


Seu filho apresenta esse conjunto de sintomas? Procure um psiquiatra ou psicólogo para ter um diagnóstico preciso e saber qual o melhor tratamento. Em alguns casos, o especialista receita medicamentos, mas, muitas vezes, apenas psicoterapia ajuda bastante. Convencer os maiores a visitar o médico pode ser difícil. "Diga a seu filho que você e sua família não têm compreendido o comportamento dele e por isso a consulta é necessária. Evite falar dos sentimentos do jovem, ele pode reagir mal. Prefira argumentos concretos, como as notas ruins na escola", orienta Sheila.

FONTE: MdeMulher.abril.com.br