sexta-feira, 24 de abril de 2015

Como ensinar seu filho a poupar


Mesmo sem receber uma mesada, as crianças ganham, de vez em quando, algum dinheirinho dos pais, avós, padrinhos, como um presente ou até mesmo prêmio por um bom comportamento. Que tal aproveitar tais oportunidades para ensinar aos nossos filhos a lidar com esse dinheiro?

O hábito de poupar é importante não só quando falamos de dinheiro. É importante incentivar as crianças, desde bem pequenas, a pouparem desde um simples lápis de cor até mesmo a água que sai da torneira. Aos poucos, podemos introduzir a noção de dinheiro e ensinar que poupar é guardá-lo em algum lugar bem seguro. Para isso, ofereça um cofrinho para a criança e, se for comprá-lo, deixe que ela participe da escolha. Pode ser uma caixa decorada, uma lata colorida, mas o velho e bom porquinho é, sem dúvida, o mais divertido e significativo.

A poupança pode começar a ser feita guardando metade do que se ganhou. Aos poucos, seu filho vai se sentir motivado a colocar um pouquinho a mais dentro do porquinho, principalmente se tiver uma meta a ser atingida.

O que comprar com aquele dinheiro? Não é nada fácil distinguir coisas que precisamos daquelas que apenas queremos comprar. Adquirir brinquedos, doces, figurinhas é gostoso e divertido. Porém, algumas vezes, a criança pode se arrepender. Ajude seu filho a pensar no melhor destino para o dinheiro. Caso ele queira mesmo comprar algo que você não considere tão útil, deixe. A experiência vai ajudar seu pequeno a entender a importância de pensar antes da escolha final para usar bem suas ricas moedinhas.

Ensine seus filhos a determinar metas. De acordo com a educadora financeira Cassia D’Aquino, é muito mais fácil economizar quando temos objetivos pré-determinados. Então, ajude seu filho a ter metas e fazer planos. “Já pensou em guardar um pouco de dinheiro para fazer aquela viagem que você tanto quer?” As metas, tanto em curto como em longo prazo, exercitam a força de vontade e a perseverança.

A educação financeira, apesar de básica, geralmente é um dos assuntos mais delicados no contexto familiar. Ensinar desde cedo as noções de certo e errado e estimular que nossos filhos façam as suas escolhas com responsabilidade pode ser tarefa das mais intensas para nós, pais.

Na verdade, o grande desafio é que as crianças aprendam, desde muito pequenas, a dar valor ao que têm e a conhecer os limites dos gastos.

“Quem poupa tem”… esta velha frase, que por muitas vezes ouvimos das pessoas à nossa volta, pode se transformar num slogan direto e divertido de uma bela campanha que mostre que gastar é bom, mas poupar é melhor ainda!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

8 atitudes para ajudar seu filho a comer melhor




Tem criança que come pouco, tem criança que não experimenta nada novo, tem criança que não come nada verdinho, tem criança que só quer guloseimas… E está cheio de mães e pais por aí tensos à mesa por essas e outras razões. Será mesmo que estamos fadados a fazer da alimentação dos nossos filhos uma preocupação constante e um momento de stress para a família toda? Não, não precisa ser assim. E tudo pode mudar com atitudes que você é capaz de tomar.Pedimos para um time de especialistas em alimentação as melhores dicas para você começar a aplicar em casa no próximo almoço (ou jantar) e mudar o rumo dessa história de “não quero”, não gosto”. Dá uma olhada:

1- Conte com a ajuda do seu filho no preparo Isso começa na compra dos alimentos. “Leve seu filho junto ao supermercado, à feira, ao hortifruti e permita que ele participe da escolha”, sugere a consultora de alimentação infantil Mayra Abucham. Para a especialista, a criança também pode ser uma ajudante na hora do preparo – basta respeitar, claro a idade e habilidade do pequeno. Que tal deixar seu filho incumbido de montar a salada? “Cozinhar a própria comida é muito divertido e passamos essa ideia aos filhos quando eles compreendem que cozinhar não é um trabalho”, diz Bia Goll, cozinheira e pesquisadora de comida. “E assim que a criança já tiver habilidade suficiente, dê autonomia incentivando-a a fazer seu prato sozinha”, recomenda Mayra.

2- Não tenha medo de ousar “Ofereça frutas diferentes além da banana, maçã e pêra para estimular a aceitação e o descobrimento de novas texturas, cores e sabores”, indica a nutricionista Priscila Maximino. Segundo ela, você pode também estimular a criança utilizar os 5 sentidos com os alimentos para melhorar a aceitação de alimentos novos. Bia concorda: “Procurar criar pratos com varias texturas, cores e cheiros diferentes gera múltiplos estímulos no cérebro, desenvolvendo ótimos gourmets”. Aliás, deixe pra lá aquela história de que a comida das crianças não pode ser a mesma dos adultos (a não ser que você tenha um bebê que ainda está na fase da papinha) “Não existe comida de criança, existe comida de qualidade para todos. O paladar sofisticado é desenvolvido a partir da infância”, diz Bia. Ou seja, leve seu filho a qualquer restaurante que desejar para que ele experimente as novidades.

3- Não leve stress para a mesa “O momento da refeição deve ser neutro, leve e permitir um bate papo gostoso em família”, diz Mayra. Bia complementa: “Deixar boas lembranças da hora da comida desenvolve um adulto com menos compulsões alimentares e com ótimos registros de comfort food para acalentar”. E isso combina com mais um conselho de Mayra: oferecer sim, forçar nunca! 

4- Não experimentou hoje? Tudo bem “Expandir o paladar pode ser difícil para todos, até para um adulto. Quando a gente reconhece isso, passa a desenvolver uma parceria muito bonita e construtiva com a criança. Juntos podem ampliar os próprios limites”, diz Bia. Segundo Mayra, é preciso controlar a ansiedade de fazer a criança comer de tudo. “Tenha paciência. Se o seu filho não comer hoje, experimentará amanhã. O paladar se desenvolve durante uma vida toda”, diz a consultora.

5- Tenha sempre 5 cores diferentes por dia na alimentação. “Quanto mais cores tiver no prato do seu filho maior o número de nutrientes que ele vai comer. Vermelho, amarelo, verde, laranja… Cada cor indica que há predominância de um nutriente diferente”, diz Priscila

6- Ensine seu filho a gostar de água “Deixe sempre à mão uma garrafinha e, quando sair de casa, lembre-o de levá-la. Tire os sucos e outras bebidas doces do alcance da visão. A água é fundamental para o bem estar geral da criança e até na prevenção de infecções”, ensina a nutricionista Priscila Maximino.

7- Programe as refeições A criança não decide o cardápio de casa nem o restaurante que a família vai comer. “Em muitas famílias, a criança é quem resolve o que vai comer e que horas quer comer. Isso não é correto, porque ela não tem capacidade cognitiva pra saber o que é melhor”, avisa Priscila. E isso acaba acontecendo quando os pais não fazem uma programação que a direcione. Quando isso acontece, o filho acaba comandando e correndo o risco de não fazer boas escolhas. “Mesmo diante de um pouco de birra, os pais é que precisam determinar qual será o alimento de casa”, orienta a nutricionista.

8- Dê o exemplo Isso significa comer os alimentos que quer que seu filho coma. Mayra Abucham complementa com outra atitude importante e que faz a diferença: fazer companhia nas horas das refeições.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

5 formas de tornar a rotina com as crianças mais fácil

Vida de mãe é corrida e cansativa, mas com algumas dicas é possível deixar tudo mais leve!


Preparar o café da manhã da família, levar os filhos para a escola, correr para o trabalho (ou para casa, para colocar tudo em ordem), passar no mercado para comprar os itens da dispensa que estão em falta...

Tenho certeza de que esse é apenas o início da sua lista de atividades e, até o fim do dia, certamente você estará contando os minutos para colocar as crianças na cama, só para ter alguns minutinhos de folga.

Vida de mãe é mesmo assim: uma correria insana, que parece não ter fim. E comigo não é diferente - falta tempo para fazer tudo o que eu gostaria. Mas um dos aprendizados que minha filha me trouxe é que é possível (e saudável!) simplificar as coisas: dessa forma, toda a família se estressa menos, e consegue aproveitar melhor os instantes que pais e filhos passam juntos.

A seguir eu compartilho com vocês algumas dicas para levar uma rotina mais leve com as crianças. Vem dar uma espiadinha - e se quiser, compartilhe nos comentários a sua sugestão!

1) Delegue o supérfluo, foque no principal: se você passa o dia todo correndo, pode ser sinal de que precisa de ajuda. Converse com o marido e divida as tarefas relacionadas à casa e às crianças; e se mesmo assim você estiver sobrecarregada, considere terceirizar algumas atividades. Isso pode ser feito levando parte da roupa para a lavanderia, contratando alguém para ajudar com a faxina ou até mesmo utilizando os serviços de uma babá, se a ideia lhe agrada. Delegue aquilo que não exige sua atuação direta, para ter tempo para o que é mais importante: a convivência em família.

2) Peça a ajuda das crianças: é verdade que a vida com filhos é muito mais trabalhosa; mas, a partir de uma certa idade, é justo que eles participem da organização da casa. Respeitando o limite de idade do seu filho (e as habilidades correspondentes ao seu grau de desenvolvimento), é possível pedir que ele se envolva em algumas tarefas: arrumar a própria cama, a mochila, colocar a mesa, guardar as roupas nas gavetas... Isso faz bem para o pequeno (que passa a entender a importância da cooperação), e para você, que terá uma ajuda extra na casa.

3) Seja constante: a rotina é mais leve e fácil de ser seguida quando ela é... uma rotina! Ou seja, quando todos respeitam alguns horários e regras da casa, as coisas de fato funcionam. Com crianças, não adianta você fazer as coisas de um jeito, e no dia seguinte fazer o contrário - certamente haverá muitas reclamações, e pouca colaboração dos envolvidos.

4) Transforme dias comuns em momentos divertidos: em geral, esperamos datas comemorativas para dar um presente, fazer uma comida diferente, demonstrar carinho de uma forma especial, não é mesmo? Mas e se você fizesse isso em dias completamente comuns, sem que haja nenhum motivo especial para isso? Pois aqui eu fiz a experiência e posso garantir: a rotina fica muito mais leve! Pequenos gestos operam verdadeiros milagres - você deixa de esperar pelos dias "importantes", porque eles fazem parte da sua vida continuamente!

5) Se não estiver bom, reavalie! Seu filho vive reclamando que não quer ir para a aula de judô? Talvez seja a hora de avaliar se ele não está com muitas atividades ou se não há uma modalidade esportiva de que goste mais. Às vezes, alguns ajustes são necessários para deixar a vida de toda a família mais gostosa!

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Ganho de peso na adolescência envolve emoções e influências sociais

Entenda as causas do sobrepreso e obesidade na adolescência e o que fazer para prevenir


O aumento de peso em idades cada vez mais precoces tem despertado a preocupação de todos. Na adolescência ocorrem inúmeras mudanças físicas e psicológicas. Elas são influenciadas por um ambiente social onde comida pouco saudável rica em açúcar, gordura e fast food, sedentarismo e comodidades da vida moderna, como telefones celulares ou sem fio, controle remoto e videogames, predominam. 

Quatro em cada dez crianças e jovens brasileiros estão acima do peso. Entre eles, se a mãe ou o pai é obeso, o risco do filho ficar com sobrepeso sobe para 50% e se os dois tiverem obesidade, aumenta para 80%. Isto mostra que os genes tem um papel importante, mas quando a família toda entende esta tendência e escolhe adequadamente os alimentos e opta por ter lazer com mais movimento, o destino pode ser transformado. 

Desde os primeiros momentos da vida, a alimentação está ligada com emoções, simbolismos e influências sociais, econômicas e culturais. Crescer e se alimentar implica estabelecer relações, fazer escolhas, identificar-se ou não com modelos e valores familiares ou de outras pessoas, adaptar-se bem ou mal aos padrões estabelecidos e conviver com hábitos, horários e diversos estilos de vida. 

O adolescente tem necessidade de marcar novas posições e encontrar sua identidade fora da família e, nessa busca, as questões afetivas ou na área da sexualidade podem ser transferidas para a alimentação. Comer demais ou não comer pode ter significados inconscientes, como uma nova oportunidade de criar amizades. Enfim, o desejo é ser diferente e ainda assim ser igual a todos os amigos na procura do seu espaço. Comer bem não é o mesmo que comer muito ou pouco. 

Cuidar do corpo em desenvolvimento é escolher melhor os alimentos para manter um equilíbrio nutricional entre quanto come e quanto queima de calorias, com os extras necessários para garantir o aumento da velocidade de crescimento, que é a característica do estirão da puberdade. E nessa hora, como reconhecer a diferença entre a sensação de fome e saciedade; o que é gula ou se o corpo está adequado ou bonito. O que escolher nas refeições feitas fora de casa e como não se influenciar pela dieta do amigo, pelas informações da mídia e das redes sociais que ditam os modismos alimentares. Além disso, muitos adolescentes que começam a malhar intensamente e sem orientação nutricional adequada, nem sempre conseguem melhorar o rendimento físico, e, pior, o adequado crescimento e desenvolvimento para idade. 

Se a ingestão de alimentos for maior que o gasto energético, o adolescente pode ficar obeso e muitas vezes, começa um ciclo vicioso, pois como é gordinho não se aceita e pode sofrer preconceito, o que dificulta sua participação em atividades esportivas, passeios, fazendo-o mais comilão e inativo. 

As necessidades calóricas durante a adolescência podem ser estimadas em kcal/cm de altura, variando com a idade, o sexo, a maturação sexual, acrescentando-se os gastos extras com as atividades diárias. O consumo máximo para o sexo feminino deve ser estimado em torno de 2.500kcal na época da primeira menstruação, o que ocorre, em média, entre 12 e 12,6 anos de idade, diminuindo após, progressivamente, para 2.200kcal. Para o menino, as necessidades de ingestão calórica aumentam com o estirão puberal até cerca de 3.400kcal em torno dos 15-16 anos, diminuindo depois para 2.800kcal até o final do crescimento. 

A nutrição deve ser uma questão familiar, já que os pais são modelos e responsáveis pelo que se coloca de alimento dentro de casa. Deve-se estimular refeições nos horários corretos, sem nunca pular o café da manhã, por preguiça de acordar mais cedo. O incentivo deve ser agradável para o adolescente. Pode-se discutir as escolhas dos alimentos, as quantidades e os métodos de preparo, orientar os aspectos positivos da dieta em vez dos nutritivos somente; explicar que todos os alimentos podem ser usados com moderação; encorajar mudanças no estilo de vida de toda a família sempre evitando conflitos familiares gerados especialmente durante as horas das refeições. 

E os meninos são diferentes das meninas! No sexo feminino, a aceleração do crescimento se inicia dois anos antes e também termina primeiro e elas ganham mais gordura corporal, enquanto os meninos se desenvolvem com predomínio de massa muscular. Sendo assim, principalmente durante o estirão, é necessário, no sexo masculino, maior aporte proteico e energético, bem como maior quantidade de ferro por quilograma de peso do que no feminino. No fim do crescimento, há duas vezes mais gordura e apenas dois terços de massa muscular presentes no sexo feminino em relação ao masculino. Ainda nesta época, as meninas começam a ter a terrível TPM (tensão pré-menstrual), que além de mexer com o humor, aumenta a vontade de comer, principalmente chocolate.

Os sinais da puberdade chegam mais depressa na criança gordinha. Muitas vezes, ela é a mais alta da classe, justamente porque teve puberdade antes da hora e o estirão do crescimento acaba antes, ou seja, crianças com peso adequado se desenvolvem no tempo certo e podem alcançar uma altura melhor no final do processo. 

A obesidade na adolescência está associada a problemas dermatológicos (micoses, estrias, furunculose), ortopédicos, pouca agilidade e dificuldade nos esportes, comprometimento emocional como baixa autoestima, isolamento social, depressão e distúrbios de conduta. Também tem sido associada ao aparecimento precoce de Hipertensão arterial, aumento de diabetes tipo 2, alteração de colesterol, e, o mais chocante, um maior risco de doença coronariana com aumento da mortalidade. Concluindo, nossas crianças e jovens estão sofrendo de doenças antes consideradas de adultos! 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Gastos com educação dedutíveis no Imposto de Renda

Mensalidades escolares, despesas com graduação, pós-graduação, cursos de músicas e de idiomas. Essas despesas podem ter pesado no seu orçamento em 2014, mas nem todas elas podem te ajudar a reduzir a base de cálculo do seu Imposto de Renda.

Veja no vídeo no link abaixo quais gastos com educação podem ser deduzidos na declaração de IR de 2015: 



quinta-feira, 9 de abril de 2015

Beleza não é tudo: como e por que ensinar isso aos filhos

Elogiar quem foge do padrão tradicional mostra à criança que há vários tipos de beleza


Em um mundo repleto de padrões de beleza (o galã da novela, a modelo da capa da revista, a heroína do filme infantil), torna-se desafiador, e necessário, que os pais não reforcem na infância um modelo engessado do que é ser bonito.

"Se nem mesmo em casa uma criança pode ser quem ela é, ser elogiada por seus cabelos crespos ou não passar constrangimentos por estar acima do peso esperado, o mundo se torna um lugar ainda mais opressor. Isso dificulta qualquer processo de auto-reconhecimento e auto-valorização", afirma a antropóloga Michele Escoura, pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Exemplo dos pais
Para a antropóloga, o importante é mostrar, no dia a dia e com atitudes simples, que há muitas formas de beleza possíveis. "Os pais podem intervir quando ouvirem seus filhos julgando alguém pela aparência, elogiar outras crianças ou adultos que fogem dos padrões tradicionais e, principalmente, evitar qualquer tipo de reprodução de estereótipos dentro de casa."

Em paralelo, também é positivo reconhecer e valorizar outras características além das visuais, para mostrar que a aparência não é e nem precisa ser a principal qualidade de alguém.

Essas referências ajudam a criança a construir sua visão sobre a importância da imagem e têm um efeito protetor contra os estereótipos. "Quanto mais a criança se sente segura e amada pelos pais pelo que é, mais imune estará em relação a se submeter aos padrões externos impostos pela mídia ou pela sociedade", diz a psicóloga Ana Maria Trape Trinca, professora da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.

Na adolescência
Trabalhar esse assunto na infância também pode amenizar questões relacionadas à aparência que, fatalmente, vão surgir em diferentes fases da vida. A engenheira de alimentos da Unicamp Jane Palermo constatou isso em uma pesquisa com 127 meninas, de 14 a 18 anos.

"Muitas disseram que mudariam alguma característica física, como cabelo, nariz, altura e até o pé, enquanto outras se sentiam bem e se consideravam bastante aceitas. Essas últimas costumavam ter o apoio da família", fala Jane.

Mesmo que tenha crescido em um ambiente livre de padrões de beleza, o adolescente tende a ter problemas para se aceitar em uma fase tão marcada por mudanças físicas e mentais.

"Naturalmente, os adolescentes se movimentam para ter um jeito próprio, diferente da família, e buscam isso nos amigos, mas podem surgir comentários maldosos e comparações", diz a psicopedagoga Ana Cássia Maturano, de São Paulo.

Se o jovem tiver um espaço para diálogo em casa e o assunto for tratado com naturalidade, a tendência é que essa passagem seja mais tranquila. "Os pais devem conversar, minimizar as críticas e valorizar as diferenças de cada um. Quando o filho tem certeza de que é querido e amado do jeito que é, não é a critica do amigo que vai derrubar tudo isso", declara.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Pais atenciosos têm menos chances de criar um filho praticante de bullying

Segundo estudo norte-americano, filhos de pais envolvidos emocionalmente e presentes na vida acadêmica das crianças estão menos propensos a se tornar agressores


Crianças com pais que fazem questão de conhecer seus amigos, apoiam os filhos academicamente e conversam com eles são menos propensas a praticar bullying, de acordo com um novo estudo.

O bullying é um problema significativo entre os jovens dos Estados Unidos. Dados de quase 45 mil adolescentes entre 10 e 17 anos, obtidos a partir de uma pesquisa realizada em 2007 nos EUA, revelaram que cerca de 15% desses jovens já sofreram bullying.

O estudo, publicado dia 18 de outubro no “American Journal of Public Health”, revelou também que crianças negras, latinas e pobres com problemas emocionais, de desenvolvimento ou de comportamento eram mais propensas a intimidar os colegas.

As crianças com pais mais irritados ou com dificuldades de supervisionar os filhos também foram associadas a maiores chances de serem agressoras. Os filhos de mães com problemas de saúde mental também estavam ligados a maiores probabilidades de cometer bullying.

Comparadas com quem costumava agredir os colegas, as crianças que não praticavam bullying normalmente concluíam a lição de casa e tinham pais que se comunicavam com elas regularmente e conheciam seus amigos.

"O envolvimento ativo dos pais na vida dos filhos e a manutenção de um canal de comunicação com as crianças estão associados à menor chance de disseminação de bullying", afirmaram os autores do estudo.

"As avaliações de programas escolares que incluem os pais têm sugerido que o envolvimento dos responsáveis pode ser muito efetivo para intervenções contra o bullying, mas este envolvimento nem sempre é fácil de implementar", concluíram os pesquisadores.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Por que você não deve gritar com o seu filho

O tom de voz elevado agride o emocional e compromete o desenvolvimento social das crianças no ambiente escolar


Na teoria, o autocontrole dos pais é indispensável para a criação bem sucedida dos filhos. Na prática, não é tão simples assim. Muitas vezes, quando caem em si, esses mesmos adultos que almejam uma postura firme e comedida surpreendem-se aos berros com as crianças. O arrependimento, quase sempre, é imediato.

Essa postura não é tão incomum assim. Muitas mães confessam que só conseguem “capturar” a atenção da criança com o tom de voz elevado, como se assim elas realmente pudessem ouvir os pais. Para os especialistas, o erro começa justamente nessa crença: a de que é preciso gritar para ser ouvido.

“Na realidade, não tem necessidade de você gritar. A criança tem o ouvido normal e consegue te atender com o tom normal de voz. Quanto mais você gritar, mais ela vai se alterar. A criança fica abalada emocionalmente”, explica Esther Cristina Pereira, psicopedagoga e diretora da Escola Atuação, de Curitiba.

Gritaria
É verdade que as crianças costumam parar tudo o que estão fazendo quando os pais começam a gritar. Mas isso acontece porque elas paralisam, temendo uma reação ainda mais agressiva dos adultos, e não porque realmente compreenderam o contexto da situação. Por isso, o tom de voz elevado não traz resultados positivos e construtivos, muito pelo contrário.

Se esse comportamento é incentivado em casa, a criança aprende que é por meio da gritaria que as pessoas alcançam os objetivos. Ela passa a reproduzir a postura em outros meios de convívio social, como na escola, com amigos e professores.

“A família é a primeira experiência de socialização das crianças. Quando você grita, ensina que o desrespeito, a falta de controle e o autoritarismo são atitudes corretas”, comenta Cristina Lorga, psicóloga infantil.

Esse exemplo equivocado pode, inclusive, comprometer o convívio social fazendo com que outras crianças evitem o contato com a que tenta se impor de forma autoritária perante os amigos, seja na escola ou em outros ambientes de socialização.

Para Esther Pereira, o caminho é sempre manter a calma, por mais que seja algo trabalhoso e difícil para os adultos. “Os pais precisam direcionar o olhar para a criança e se abaixar ao nível dela para que os olhares se encontrem. A criança é extremamente perspicaz e é capaz de entender a mensagem dos pais”, defende a psicopedagoga.

Contar até dez
Chris Cysneiros faz parte do grupo de mães que, em um determinado momento da vida, perdeu o controle sobre o próprio tom de voz com a filha. Luiza, de três anos, se mostrou assustada com os primeiros gritos da mãe e não conseguiu entender o motivo do descontrole. Como outras crianças, ela parava tudo o que estava fazendo por conta do medo da reação da mãe, e não pela bronca que estava tomando.

O arrependimento de Chris veio no mesmo instante. “Depois de tudo, quando eu já tinha gritado, me sentia péssima, porque sabia que dava para ir por outro caminho. Sabia que eu poderia ter contado até mil, falando normalmente e explicando o que estava errado, o por quê e a forma correta de se comportar. Me sentia a pior mãe do mundo”, lembra ela.

Agressão emocional
A situação pode se tornar mais confusa ainda para a criança justamente quando os pais se arrependem da gritaria. Em poucos segundos, eles podem transitar pelos extremos da fúria e da tristeza, causada pela culpa. O grande problema é que as crianças conseguem distinguir esses sentimentos nos pais.

“A mãe se sente culpada, tenta se redimir e aquela criança também se sente culpada, sem saber se estava certa ou errada, porque o adulto não foi claro o suficiente. Ela acaba se sentindo responsável por aquele sentimento de tristeza dos adultos, que deveriam ser os seus protetores”, afirma Cristina Lorga.

Os especialistas também lembram que o grito é uma forma de agressão emocional, tão grave quanto um castigo físico como a palmada, por exemplo. Em crianças mais sensíveis, as palavras e o tom de voz alterado dos pais podem machucar mais do que a punição física. Independentemente dos casos, qualquer castigo abusivo faz com que os pequenos se sintam humilhados e diminuídos pelos pais.

Depois das tentativas frustradas e cheias de arrependimento com Luiza, Chris optou pelo caminho do diálogo. Embora mais difícil e cansativo, é assim que ela se sente mais próxima da filha, finalmente em sintonia.

“Confesso que não é nenhum mar de rosas. Às vezes, preciso repetir a mesma coisa para ela algumas vezes. Ela olha, questiona, conversa e me mostra o ponto de vista dela. É muito prazeroso saber que ela confia em mim que e aos poucos vai crescendo e aprendendo a entender os limites”, acredita a mãe.