terça-feira, 31 de março de 2015

9 perguntas que os pais devem fazer todo dia para os filhos

Perguntas corriqueiras sobre o dia a dia melhoram a autoestima da criança e dão mais abertura à relação familiar


Disponibilidade de tempo tem se tornado algo cada vez mais raro no cotidiano das famílias modernas. Enquanto os pais trabalham, as crianças gastam a energia na escola - à noite, poucos têm disposição para conversar sobre os pontos altos do dia. Esse distanciamento e a falta do diálogo, porém, criam um afastamento emocional entre pais e filhos.

“O que você aprendeu hoje?” – essa pergunta também demonstra interesse pelo cotidiano da criança e faz com que ela se sinta estimulada a dividir com os pais coisas novas que aprendeu na escola.

“O que você mais gostou de fazer?” – o melhor jeito de conhecer os filhos é fazendo perguntas como essa, sobre as atividades e brincadeiras favoritas deles no dia. A criança se sente querida pelos pais quando pode compartilhar informações como essas.

“Como estão seus amigos?” – não saber quem são os amiguinhos dos seus filhos é um erro comum. Com cuidado de não interrogar a criança, a dica é perguntar como estão os amigos e o que eles fizeram de legal no dia.

“Como foi o seu dia?” – não precisa interrogar a criança ou exigir detalhes sobre tudo o que ela fez no dia. Mas é importante demonstrar interesse pelos eventos marcantes, para ficar por dentro do dia a dia dos filhos.

“Aconteceu alguma coisa que te chateou?” – é normal que os pequenos cheguem emburradinhos em casa. Com delicadeza, vale perguntar se algo aconteceu, deixando a criança à vontade para dividir as angústias com os pais.

“Seus professores falaram algo interessante hoje?” – ter conhecimento da vida escolar dos filhos é uma maneira de estimulá-los. Por isso, os pais precisam saber quem são os professores da criança e o que ela pensa a respeito deles.

“O que você pensa sobre isso?” – é um hábito comum dos pais dar opinião sobre tudo que diz respeito à vida dos filhos, sem perguntar como eles se sentem em primeiro lugar. Por que não inverter essa ordem e saber o posicionamento das crianças?

"Fez algum amigo novo hoje?” – outra maneira de demonstrar interesse pelas amizades da criança. Quanto mais à vontade ela se sentir para falar sobre esses temas cotidianos com os pais, melhor.

“O que você quer fazer amanhã?” – aqui, não se trata de criar uma agenda com todos os passos das crianças, e sim de demonstrar interesse pelos desejos e vontades dos filhos, fazendo parte dos planos deles.

Os efeitos dessa postura têm um impacto ainda maior nos pequenos. Eles se sentem desprezados e poucos estimados pelos próprios pais, como não fizessem nada suficientemente interessante para chamar a atenção dos adultos. Em longo prazo, esses sentimentos acabam estimulando uma maior insegurança e a dificuldade para se relacionar com outras pessoas. A criança prefere ficar isolada a compartilhar qualquer informação com os pais.

Criar laços verdadeiramente afetivos com os filhos não é algo tão impossível assim, mesmo com a correria do dia a dia. Um pouco de empenho, atenção e disponibilidade são suficientes para fazer a diferença no cotidiano dos pequenos. Não é preciso transformar tudo em uma grande discussão do relacionamento; perguntinhas simples, sobre a escola e os amigos, por exemplo, dão conta do recado.

“Sempre falo que o importante é a qualidade do diálogo entre pais e filhos. Mesmo que naquele dia só sejam alguns minutos, é mais interessante que eles sejam intensos e dedicados. Claro que quanto mais tempo conversamos com os filhos, melhor. Mas dá para separar alguns minutos e perguntar sobre o dia da criança, o que ela fez de legal e outras coisas importantes para ela. Sempre reforçando o amor incondicional da família”, aconselha Bibianna Teodori, coach e autora do livro “Coaching para pais e mães – Saiba como fazer a diferença no desenvolvimento de seus filhos” (Matrix).

À primeira vista, essas conversas podem até parecer banais, mas são fundamentais para o desenvolvimento dos filhos, em diversos aspectos. O diálogo é a oportunidade de ensinar valores e crenças importantes para os pequenos, que são de total responsabilidade dos pais. Além disso, é o caminho para estabelecer uma relação mais sincera e aberta com as crianças, que deixam de sentir medo dos próprios cuidadores. Para isso, vale evitar qualquer tipo de frase que tenha uma conotação negativa, como broncas, julgamentos e críticas.

“Quando os filhos percebem que têm um relacionamento saudável com os pais, a vida fica mais fácil. Isso porque eles sabem que sempre podem contar com o amor dos adultos. Eles entendem que, mesmo que tirem uma nota baixa na escola, os pais vão amá-los incondicionalmente. Muitas vezes, os adultos só criticam e brigam com as crianças. Por isso é importante reforçar as atitudes positivas dos pequenos, sem condenar as negativas. Assim, é possível desenvolver os talentos da criança de um jeito mais assertivo e satisfatório”, acredita Bibianna Teodori.

Respeitando o silêncio
Como tudo o que diz respeito à criação dos filhos, o equilíbrio é essencial para balancear a relação. Portanto, vale observar atentamente a disposição da criança para conversar – ou a falta dela, na pior das hipóteses. É natural que eles fiquem mais chateados e calados em algumas ocasiões, principalmente se algo tiver acontecido na escola. A dica dos especialistas é simples: pais precisam respeitar a introspecção dos filhos, deixando claro que as conversas podem acontecer numa outra oportunidade.

“Criar esse hábito é legal porque os pais conseguem observar de perto o comportamento dos filhos. Assim, dá para saber se eles estão mais arredios ou desapontados com alguma situação específica. Mas interromper alguma atividade importante das crianças só para conversar acaba gerando uma frustração. Elas podem se fechar para o diálogo com os pais, desenvolvendo uma defesa natural para se esquivar desses momentos”, pondera Rogéria Cruz, psicóloga e psicoterapeuta.

A postura dos pais também faz toda a diferença. Não adianta querer conversar de um jeito desinteressado ou agressivo, já que esses comportamentos assustam mais do que qualquer outra coisa. De acordo com Bibianna, é necessário agachar e ficar na mesma altura que a criança, olhando-a nos olhos durante toda a conversa. Assim, ela fica mais à vontade para se abrir com os pais.

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